terça-feira, 3 de junho de 2008

Erros fatais.


Um traidor tão próximo. Inteligente Konrad, realmente, eu nunca desconfiaria dele, tantos anos... ele poderia lançar as informações que ele quisesse que nós... quero dizer, eu, julgaria verdadeira e segura. Que tolo eu fui, caí em uma armadilha e coloquei em risco meus aliados. Eles poderiam ter morrido e o que eu faria? Se Danika morresse, o que eu seria?
Cometi um erro infantil, eu não tenho três anos, tenho sete mil e já deveria ter aprendido alguma coisa. Tenho que admitir que se aqueles magos tivessem conseguido nos atacar até eu teria morrido. E, ainda, estou um pouco em dívida com Mortati, mas é melhor que ele não saiba, afinal, estou informado de suas atuais aquisições.
Tenho que contactar um amigo, preciso de alguns favores. Quero o castelo de Bartolomeu, é bastante distante, então todos poderemos ficar juntos, as proles ficarão seguras e distantes do verdadeiro problema. Tenho, também, que cuidar de meu pequeno Ítalo, Adrian está se aproximando perigosamente e meu senso indica que há mais perigo do que aparenta essa aproximação.
E, Ciro, era só o que me faltava... quando ficou mais sério, atento e participativo decidiu se que o afastamento era sua melhor solução. Ele não entendeu que Mikayla não é mais humana, não preserva mais sentimentos, só pela prole e, tenho certeza, ele já desejou ser essa prole, mais até que a própria não-vida dele. Bonito por um lado, tolo por outro muito maior.
Apenas Danika sabe o tamanho da lacuna que se abriu sob meus pés com a partida dele... Desejo que ele volte mais forte do que quando partiu, forte de vontade e de amor pela própria existência.
Talvez uma semana de folga, aproveitando o que a França pode oferecer lhes acalmem os ânimos e revigorem as forças. Eu cuidarei de tudo enquanto isso.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Caminhos Opostos.


Separados estão melhor, nada pessoal contra nenhum deles, mas logo minha presença aqui será um incômodo. Alguns padres já andam comentando à boca pequena a presença de homens estranhos à minha porta, agindo comigo, usando meu nome.
Separá-los foi o único jeito, admito uma atitude um pouco exagerada, mas necessária.
Mikayla ficará longe de Ciro, que ficará longe de Sled e de Bianca, estou farto de competições inúteis e indiscretas na minha sala de estar, após o atentado à prole de meu amigo, eles passaram dos limites.
Bons ventos me trouxeram o perdão dele, pois caso contrário nós todos teríamos morrido, eles não acreditam, mas eu sei o poder daquela coterie dele. Quanto aos meus planos, estão fracassando graças a esses inúteis, eu disse sem pressa, mas eles nos matarão antes de terminarmos.
Infantil minha atitude quanto à Yasnova, quebrar aquela maldita pedra na hora errada, também estou cansado disso, nunca há verdade nos olhos dela, somente a frieza daquele ritual.
Acho que vou tirar alguns dias de descanso na Holanda, quem sabe meu amigo aceita me receber e bebamos juntos o fracasso desses a quem eu confiei a minha vida.
A ira me consumiu por inteiro, deixei minha besta me controlar uma vez em milênios, desde as minhas primeiras noites de cainita que não sofro desse mal.
Tem uma fada, ou o que quer que seja aquilo se teletransportando pela minha sala e pela rua em frente a minha casa. O que aquele infeliz pensa que eu sou? DEFINITIVAMENTE NÃO SOU UMA CRIANÇA DA NOITE E NÃO PERMITIREI ESSE COMPORTAMENTO NOVAMENTE.
Se for assim eu os matarei, minha piedade por esses que me traíram já acabou, mais uma erro e suas cabeças se transformarão em pó nas minhas mãos.
Até aquele imediato de Lucian, que eu nunca vi em minha existência faz melhor o trabalho de toda essa maldita coterie junta. Aliados? Eles não são aliados, não sabem o que significa nem a palavra cooperação, quanto mais aliança.
O caminho deles tem que seguir separados, antes que o dia amanheça e eles estejam todos no sol.
Um mês é o que eu preciso. Um mês é o tempo que eles vão ter.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Aposta.


Veneno
Seu plano cruel
Seu sangue como gelo
Um olhar poderia matar
Minha dor, sua vibração
Eu quero te amar, mas é melhor não tocar (Não toque)
Eu quero te abraçar, mas meus sentidos me mandam parar
Eu quero te beijar, mas eu quero muito isso
Eu quero te provar, mas seus lábios são venenosos
Seu veneno correndo pelas minhas veias
Eu não quero quebrar essa corrente
Sua boca tão quente
Sua teia, eu estou pego
Sua pele, tão molhada
Cordão preto, no suor
Eu escuto seu chamado e isto são agulhas e alfinetes (e alfinetes)
Eu quero te machucar só para ouvir você gritar meu nome
Não quero te tocar, mas você está sob minha pele (no fundo)
Eu quero te provar, mas seus lábios são venenosos
Seu veneno correndo pelas minhas veias
Eu não quero quebrar essa corrente
Veneno... veneno...
Um olhar poderia matar
Minha dor, sua vibração
Eu quero te amar, mas é melhor não tocar (Não toque)
Eu quero te abraçar, mas meus sentidos me mandam parar
Eu quero te beijar, mas eu quero muito isso
Eu quero te provar, mas seus lábios são venenosos
Seu veneno correndo pelas minhas veias
Eu não quero quebrar essa corrente

As portas dos quartos se fecharam, no pensamento antes do adormecer um sorriso insano em um e doce e desafiador no outro. Mortati e Luanny travaram uma aposta, uma perigosa aposta onde o vencedor “leva”, como prêmio, o outro.

Isso animava e excitava Luanny, um desafio. Tudo o que ela mais gosta é de um bom desafio: controlá-lo. Se ela o conseguisse teria o pirata seu para sempre, sem trapaças, ela tem que dominá-lo, porém ele tem que impedi-la, mas se ainda sim ela vencer...

-Ah! Se eu vencê-lo o terei como MEU para todo o sempre, mas se eu perder... eu serei dele... mas eu não perderei. Como herdei de meu pai essa natureza controladora, ou como eu gosto que ele me chame, dominadora, será fácil para mim.

Ela recostou, ainda nua, em sua cama, deixou a toalha escorregar por sua pele eternamente jovem enquanto olhava um de seus melhores e mais bonitos vestidos rasgado e molhado no chão.

-Se ele soubesse o quão caro foi esse e os outros vestidos ele não o teria rasgado, mas... ele não se interessa, a dominação decide tudo por ele, quanto ele vai pagar ou quantas ele terá.

Adormeceu pensando na aposta e no quão perigosa e deliciosa ela seria, não tinha medo do prêmio só sabia que a vitória lhe pertencia.

Outra coisa veio à sua mente...

-Amanhã, vou procurar minha madrasta.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sombras das Pedras Reerguidas


Hoje será uma noite especial. Meu senhor, o grande Ansgar Ellinor, autorizou que eu, sua prole recolhesse nas intrínsecas teias do destino, três novos membros para nossa capela em Roma. Espero apenas que ele não se arrependa de sua decisão, como acredito que eu não esteja errada. Três crianças nascerão esta noite, espero que meu porte, me garanta o título de senhora, e espero sinceramente que elas me enxerguem como tal. O nome Danika Dainsv será pronunciado novamente esta noite, a verdade que iluminará minhas performances futuras caminhará ás minhas mãos com sapatilhas de cristal, o nome Romanov será ouvido não só de minha boca, e o fundador de todos os mistérios sorrirá ao saber o poderio do clã que criou. Pensando bem, como é trágico o meu clã. Usurpando tudo o que não é de seu direito, amando tudo o que não deveria ser amado, criando e blasfemando contra as normas do pai dos cainitas. Como será o futuro de nosso clã? Provavelmente odiado. Odiado por ser o clã mais proeminente, dinâmico e forte de todos. É a este clã que trago hoje novas crianças, estas que me ajudarão em minhas construções e observações. É trágico olhar ao meu redor e apenas ver pedras, quase vergonhoso saber que todo um futuro inegável nascerá debaixo de tantas pedras, no frio e mal iluminado passagem subterrânea de um castelo. Este que se torna um simples castelo, uma simples paisagem perto da grandiosidade do que está ocorrendo em seu ventre. Agora, não haverá mais volta que essas novas almas amaldiçoadas tenham destinos grandiosos dentre outras almas caídas.



Não permito que eles saibam, mas esta é minha predileta. Dana Narcius. Nova como quando fui abraçada, tão cheia de vida e perspectiva como eu nos meus tempos, e com um dom impressionante, assim como eu. Não é o mesmo que o meu, é um o qual os ciganos amariam ter nas mãos. Mas sabem como dizem, é de quem chegar primeiro, e quem chegou, fui eu. Esta pequena flor era atormentada por fadas. Consegue vislumbrar caminhos ao horizonte em meio o caos feérico. Ainda não entendo seus métodos de leitura, mas digo que ela sabe fazer um fortíssimo hidromel, por mais que ela tenha insistido que todo hidromel é fortíssimo.



E aqui se encontra o audacioso espanhol Julio Martín. Sua família era conhecida por toda Espanha, até que de súbito ele enlouquecera. Jogaram-no no porão mais profundo e fedido da Espanha e ele, apodrecia nas masmorras. Loucura? Não! Se os humanos soubessem apenas metade do que sabemos, os membros já estariam extintos. Um homem como Julio, letrado e educado como nobre que era, apenas por acontecer fatos bizarros por onde passava, fora considerado louco e posto nos calabouços. Se não fosse pela influência da família, estaria morto, e com ele seu dom morreria. Falar com os mortos, este é o perverso dom que o destino, e não o demônio deu a este jovem. Se não fosse pelo meu ritual, nunca o teria resgatado sem que alguém me percebesse. Mais uma vez o homem foi fraco e rogou por salvação e purificação. Eu a concedi, por longos e longos anos.



Ah querida Annya, a salvei de seu cruel destino, como querias. Teve a audácia de prometer sua fortuna para Deus se algo lhe salvasse. Tola, não sabes que há mais coisas neste mundo do que nossa mente possa criar em mil anos? Julgava que sua alma estava perdida, quando na verdade eras escolhida pelo destino para se tornar uma artífice, uma maga. Para especificar mais um pouco, a tradição desta pequena era Eutanatos. Ninguém a ajudou, ninguém lhe mostrou o caminho, pelo contrário, as visões se intensificaram e ela foi à igreja. Tola, tratada como bruxa, quase morrendo nas mãos da igreja, se o que esperamos já houvesse começado, estaria morta. Rogou por salvação, e eu Danika Dainsv, joguei a na danação como nenhuma outra criatura fará de novo. Mas por hora, permita me dizer que esta é a salvação que esperava, e ficará mais feliz por séculos.

“Agora veremos meu caro senhor, se esperava por tão belas obras primas.”

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Venenosa


Saara parou sua carruagem em frente a sua casa e olhou a movimentação de seus vizinhos. Desde que ela se instalou ali, vem causando espanto da cidade e sequer foi notada por seus especiais companheiros de rua.

Na noite anterior ela viu um lindo loiro e aquele charmoso pirata de cabelos negros. Sua corrida de cavalo muito me agradou, sua virilidade, seus belos corpos montados em criaturas perfeitas. Tarde da noite é que ela percebeu o retorno apenas de um, o loiro.

- Por quê?

Nos últimos três dias ela tem acompanhado cada um deles, mas de longe, muito longe.

- Existe um, Ciro, escutei seu nome enquanto alguém o gritava de dentro da casa, anda o dia todo com um livro assinado por Roma.

Sua chegada a Roma havia sido recente, apenas três dias, vem de terras longínquas e geladas. Saiu da Finlândia cansada daquela monotonia que só existia por lá, passou uma temporada na Holanda, mas de lá saiu rápido após saber de alguns protegidos de um grande ancião dono daquelas terras ermas.
Foi à Itália a procura de “abrigo”, cavalgou até Roma e se instalou em uma luxuosa casa em um bairro nobre.
Estranhou tamanha movimentação sobrenatural naquele lugar, tantos vampiros, seus vizinhos, todos eram vampiros, já viu outros por ali, caminhando por ruas estreitas de mãos dadas, imergindo no escuro e sumindo todas as madrugadas.
Talvez uma miscelânea de famílias reunidas num mesmo lugar.

- Por quê?

Ela os observa para descobrir, mas por agora ela quer continuar discreta, não demorará e eles me perceberão aqui, até lá, meu piano é minha companhia.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Marcha.


Pensei que estivesse só e que eles estariam protegidos, porém, quanto será que vale a amizade e confiança deles? (Ilusão não?) Eles estiveram lá, mais por causa daqueles infelizes traidores, mas terão como prêmio um banquete muito farto, porém não sei se com igual poder, desejo que eles tenham sorte.
Ah, minha doce Danika, se eu pudesse ver seus pensamentos, o que desejou lá? Salvar-me ou conquistar poder ou os dois? E Ciro, por que, diabos, aquele medroso se aventurou em um campo de batalha onde ele não conhecia o inimigo? Mikayla, minha pequena de humor facilmente mutável, onde escondeu a glória que foi buscar? (risos) Sled... esse foi apenas porque era uma guerra, a matança era livre e o alimento farto. E quem é essa Bianka? De que terras ela vêm? De que família? (Surpresa) Tem uma desconhecida em minha casa.
(Gargalhadas) Pequenos profanos, na minha não-vida vocês jamais saberão a importância que têm. Seus planos não me atinam a curiosidade, tenho designos maiores para cumprir e vou cumpri-los, mas jamais colocarei minha vida à prova, como pensam.
Jamais luto sem conhecer meu adversário, nem aproximo sem saber de quem estou me aproximando, jamais descanso e é por isso que me temem e me respeitam. E vocês engoliram aquela história fraca do rei do oeste que eu não era digno de receber uma convocação de guerra de um mensageiro comum. (risadas) Tolos! Adrian sempre teve receio de meu poder, mais ainda, sempre teve receio de minha linhagem.
Mas minha pequena Danika não está longe de descobrir minha origem, então, tenho que andar com os olhos mais abertos que nunca.

Luanny, minha filha, não sei o que planeja, mas... FALHARÁ! (irritação e desdém) Aurus é mais sábio e mais astuto do que pode imaginar sua insana cabecinha. Sua estupidez a matará seja por minhas mãos ou pelas de Aurus, mas lhe matará. Todos à minha volta pensam que por razão de meu matrimônio com Danika meus olhos se fecharam, pois que pensem assim, é melhor para mim e mais perigoso para eles.
Minha marcha pelas Cruzadas terminou, logo aquele reinado cairá, é apenas uma questão de tempo. Meu avô divisa tempos áureos no horizonte, quando toda a Família se unirá e por fim acabará por se tornar a Família governadora da maioria dos reinos. Mas, por agora, quero iniciar minha Cruzada particular para dentro dos portões do Vaticano e limpar a sombra que lá reside, mas ainda preciso dela para ficar oculto. (Gargalhadas).
Doce imortalidade, não me falte agora, desejo ver o destino de algumas pessoas e a resolução de alguns problemas. Inimigos, aliados, amores, abram alas para a Santa Inquisição.

QUE OS JOGOS COMECEM!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dominando Resultados


Mais um sol nasce, em mais um dia de minha eternidade, doce eternidade com a qual estou enlaçado.
Ter o controle é dominar os resultados? Talvez essa seja a verdade, mas dominar os métodos também é importante, afinal, são eles que ditam os resultados.
Traições por todos os lados, umas motivadas pelo amor, outras pelo ódio. Duas filhas, duas traições, tão próximas e ao mesmo tempo tão opostas. Uma, por amor a mim, por me desejar, por me querer. Outra, por amor a outro e ódio por mim, por tê-la feito seguir por um caminho que não desejava.
Conflitos estão sendo construídos e, ainda sim, a minha pequena continua ao meu lado. (risos) Eu a chamei de “minha”, ela não me pertence do mesmo modo que eu a ela.
Um perigo fantasiado de carinho e doçura. Ela é mais perigosa do que qualquer Naja do deserto, poderia me matar com uma única frase e me levar à salvação com um único gesto, um sorriso, um olhar.
Eu, um cainita antigo e poderoso, surpreendido por sentimentos tão opostos na mesma noite, abalado por situações comuns, um beijo, uma conversa, um “não” e, até uma traição.
Penso que deveria descansar, mas seria insignificante, meu corpo não sente necessidade, posso me manter alerta com meu poder, mas seria relaxante... A manhã já está avançada, já não pode acontecer nada, não estou ameaçado.

Dominar os resultados... Estou voltando ao meu controle...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Fora do Controle


Máscaras atiradas ao vento nórdico que começa a soprar a primavera para longe. Uma verdade após a outra eu me vi desmascarado, mas a ela também.
Há quanto tempo eu não sentia isso? Quantos anos sobrevivi? E quantos vivi? Não me importa quantos anos, séculos, milênios eu sobrevivi, me interessa que, nessa noite, eu vivi.
Acariciando seus negros cabelos eu a vi adormecer, o dia amanheceu e não percebemos, o corpo dela ainda enlaçado ao meu, seu perfume impregnado nos lençóis e eu, entregue à sensação mais sublime, como um jovem que acabara de descobrir a luxúria.
Sete mil anos, incontáveis mulheres, mas apenas ela me fez parecer tão insignificante, tão imperfeito. Estranho e maravilhoso, era todo o sentimento que eu era capaz de sentir. Sentimento... Milênios se passaram e nunca estavam à mostra, mas permaneciam lá, trancafiados, aguardando o momento certo.
Momento certo que repetia várias e várias vezes em minha mente, reavivando os sentimentos e as sensações.
Cores... Uma explosão de cores era a minha alma e a sua. Medo, desejo, excitação, inocência, calma, descrença...
Será a indiscutível verdade a forma que mais utilizamos? O suave deslizar do corpo dela sob o meu dizia que não. A mulher que sempre esteve pro trás do corpo pequeno de menina tomou dimensões assustadoras.
Tentar tocar o horizonte e vê-lo escapar? Gosto de encarar meus limites dessa forma. Ela teve todas as suas respostas e entendeu tudo o que eu disse. Alguns ganhos recompensam, inúmeras vezes mais, algumas perdas e isso me basta. Bons vinhos podem ser degustados sem causar vício algum, vinhos perfeitos podem ser apreciados para sempre sem nenhum malefício... Ou pensa-se assim...
Quais os problemas que terei com esse ato de desejo impensado? Serão, assim, tão significativos que aturdirão esse perfeito sentimento?
O que significa a “pessoa certa”? Esse conceito, penso, que não assimilei corretamente. Já encontrei muitas pessoas certas e muitas erradas, também. Amon, Bartolomeu... Ciro... Luanny, Áries... Danika e muitas outras, são pessoas certas para mim.
Nunca perdi o controle de uma situação. Enquanto do lado de fora meus planos caminham perfeitamente, aqui dentro, meu mundo virou ao avesso. Tirou o controle da situação de minhas mãos com a maestria feminina, mas com a esperteza superior que apenas uma menina tem. Linda e impiedosa, para ela, não há caminho sem saída, nem pergunta sem resposta.

"Todo rei necessita de uma rainha"...

Eu disse isso? Perdi o controle novamente. (risos)

sábado, 29 de março de 2008

Problemas e Encantos


Os primeiros raios de sol acariciam as folhas do grande jardim, guiando a noite e o orvalho para seu descanso.
Os empregados do palácio começam a se movimentar. Por dentro, o palácio está imerso em sombras, nem um único feixe de luz atravessa as espessas cortinas de negro veludo.
A alta e esbelta figura de Pietro continua sentado em uma poltrona em seu quarto, o olhar distante à procura de respostas sobre acontecimentos da noite que acabara de se dissipar. Uma mulher o observava da cama, silenciosa e atenta, ainda exibia, em seus seios nus, uma rala mistura de suor e sangue.

Eles não haviam nascido quando eu já era um ancião, os criei e fiz companhia em suas longas e agonizantes noites. Poupei suas vidas e por séculos nenhum me causara problemas. Desde o anuncio que fiz, por carta, que havia escolhido Amon, Danika e Bartolomeu para minha cruzada particular, eles têm agido dessa forma. Ciro, meu pequeno diplomata, agiu com violência com Danika e quase encontrou seu doce destino. Nailah cometeu todas as ameaças e indiscrições que cabem naquela pequena chacal para trazem Amon. E Karen... Ah! Karen... Ajudou a insana Isha Abhilasha a roubar todo o seu patrimônio. Trouxe-o sob sua luxúria e sem nenhuma moeda de ouro em seus bolsos.
Quando cheguei, soube que meus convidados haviam sido mal recepcionados e nada lhes fora servido ou oferecido. A reunião que havia convocado para tratar-lhes o assunto que eu desejava, fora invadida por aqueles... Nailah desfilou nua por minha casa, não que não seja uma belíssima visão, porém, não são modos, ela jamais se comportou deste grosseiro modo e, definitivamente, jamais se comportou como um animal.
E Ciro... Não posso me enfurecer por uma revolta infantil, mas, se ele insistir nesse comportamento, pisarei no que resta de minha piedade e o farei sofrer o que deveria ter sofrido há alguns séculos.
Quanto a Karen, penso que esse jogo de desafios acabará quando eu resolver fazer o meu movimento, o momento não tarda a chegar.
Áries... Minha pequena “flor do deserto”, como Amon a chama, ela, agora, tem seu próprio caminho e, chora a falta dele, trancada em seu quarto. O nome dele está tatuado em cada parede, mas, principalmente, está tatuado em seu coração. Isto pode ser um obstáculo muito grande se ela se colocar em risco por ele. É mais sábio deixa-la lá, desse modo, não desvia os olhos de serpente, de meu mais novo filho, de seu objetivo.
Criatura astuta esta serpente, penso que será mais seguro se o mantiver enrolado em meus braços, meus olhos estarão mais atentos aos seus movimentos.
Bartolomeu é o rei perfeito, enquanto tiver um adorador, não desvia seu olhar do horizonte, nem para ver o inimigo de seu trono se aproximar. Felizmente, esse adorador sou eu.
Ah! Danika... Surpreendente mulher, de inteligência fugaz e corpo jovem, mente sábia e espírito antigo. Conselheira perfeita, mesmo que me reste uma pequena desconfiança, sua presença me é mais chamativa do que a de qualquer outro nesta residência. Seus modos, seu olhar lancinante, sua beleza... PARE, homem, não haja como um garoto ou pior, como um toreador. Logo, a noite chegará e nós teremos visita.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Planos, planos e uma Tremere mal-humorada.


A noite do chá foi proveitosa para quase todos, Pietro conseguira aliar-se a Amon e a Bartolomeu e isso lhe satisfazia... em partes.
A pequena Yasnova havia lhe dado muito trabalho, infelizmente, tudo que fizeram para provocá-la havia dado errado, e ele começava a ser afetado por uma raiva costumeira de quando tudo fica nas mãos deles.

Ciro havia partido para cima de Yasnova, e sua única missão era trazê-la de forma DIPLOMÁTICA, e ao invés disso, quase morreu para a tremere. Desde então, a menina, só tem tidos surpresas desagradáveis, pela casa Nailah desfilava seu belo corpo nu para todos que quisessem apreciar, seu quarto, Karen fez questão de manter como mantêm para Luanny, como se Luanny gostasse de bonecas. Lógico, Yasnova odiou aquela cena toda e, infelizmente, eu não soube me expressar corretamente com ela para conseguir persuadi-la a ficar do lado. Mas, não sou orgulhoso, tenho muito o que aprender, estamos em tempos em que a diplomacia bem feita pode evitar guerras.
E, é esse meu objetivo, eu ainda tenho uma chance e será quando ela estiver saindo, talvez se eu colocá-la na posição que ela deseja...
Quanto aos outros, o Setita cobrou bem caro por seus serviços, mas pagarei com prazer, meu mais novo “filho” tem muito potencial e eu, muita esperteza, tenho que manter meus dois olhos bem abertos, nunca se sabe quando uma cobra pode querer se proclamar a dona do lugar e matar seu ancião.
E Bartolomeu, seduzido pelo desejo de vingança e poder, acabou por me deixar estabelecer o preço de seus préstimos para mim. E quem sabe ele, poderá ser quem pagará minha dívida com Yasnova, talvez assim eu consiga conquista-la, e ter uma feiticeira em minhas fileiras.
Ah! As noites de Veneza são tão agradáveis, já estava sentido falta de minha casa e desse cheiro de Igreja tão comum por aqui.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Danika Daisv


A verdade e somente a verdade. Mas o que é verdade? Será que é um emaranhado de convicções acorrentadas pela sociedade que no final chegam a ser consenso geral? Para mim não. A verdade é apenas o que eu sei que vai acontecer, a verdade é o amanhã, imutável uma vez que definido, inseguro quando não o entendemos e esperançoso para os mais tolos. Meu nome é Danika Daisv, sou suíça. Meu nome cabe bem ao meu dom, “estrela da manhã”, é assim que meu pai me chamava. Mas tudo mudou quando em uma bela noite um homem entrou em meu quarto e disse, Danika, eu sou seu pai. Fiquei confusa, pois meu pai estava dormindo aconchegadamente em sua cama com minha mãe. Logo eu estaria entendendo, ele me abraçou, e me deixou ali, sozinha, para que a fome viesse e eu devorasse a todos, sim, foi o que fiz, dois irmãos, seis empregados e meus pais morreram naquela noite. O que me faz lembrar que minha irmã mais nova, de apenas 3 anos de idade se salvou porque tinha contraído uma doença da qual não me recordo o nome e acabou dormindo com minha avó, a dois terrenos dali.
Descobri muitas coisas quando o homem voltou para me buscar, e fiquei extremamente mergulhada em culpa pelo que fiz por um tempo, mas essa culpa se foi mais rápido do que eu gostaria. Os motivos do homem em me adicionar as fileiras do poderoso e novo clã tremere foi por que eu tinha um dom, o dom de ver o futuro. Ele dizia, o futuro está em suas mãos, mas nem mesmo eu sabia que passaria cem anos em uma capela estudando sem parar e apenas saindo ocasionalmente, e sabe o que mais me deprime?É que eu amei isso. Amei ter o poder que tenho e sou muito agradecida ao meu senhor. Este que me ensina muito, até hoje. Viajamos muito ultimamente, pois ele tem muitas influencias e status em nosso clã. Conheci também uma espécie rara de pessoa, ou criatura, o nome dele é Saslaish, um homem pertencente ao clã dos guardiões, era o que eu pensava, pois esse homem tomou o sangue de uma fada. Seus novos poderes apareceram rápido, bem como suas novas fraquezas. Ele ama livros e conhecimento, e nos dois combinamos muito. Há 60 anos fizemos um acordo com sangue, unimos nossas bibliotecas e juramos lealdade um ao outro. Bem, todos os acordos vêm embutidos de vantagens e desvantagens, pois ao mesmo passo que ele me auxilia no que pode, eu o auxilio também. E foi em uma dessas que assassinamos um capadocius, sim, o clã desconfia de quem foi, mas não entendo ainda porque ninguém veio atrás de nós. Talvez ele não fosse importante, mas a verdade é que todo capadocius agora não se sente mais a vontade em minha presença. Ah, quanto a Saslaish, ele assim como eu, é um estudioso de artefatos místicos e ambos pretendemos iniciar uma coleção em conjunto.
Esta, na minha opinião, será a ultima mudança de minha “vida”, pois acabo de conseguir um castelo, com dono e tudo. O nome dele é Gustav Romanov, não me recordo o seu título, pois agora isso não tem mais tanta importância para ele, apenas me recordo que tudo o que é dele, agora é de sua “preciosa filha”, Yasnova. Sim, o meu novo nome. Ele sabe meu nome verdadeiro e que tipo de criatura eu sou, mas seu encanto pelo meu sangue e meus feitiços o tornaram meu lacaio perfeito, e se está se perguntando, sim, ele é russo. E então pai? Gostou do que consegui em 200 anos? Aquele teste de sobreviver sem seu auxílio foi bem sucedido? É, acho que sim.

Entre a Cruz, a Espada e os Eternos.


São tempos em que o povo tem como foco de atenção da Igreja. É um tempo de iluminação, luz divina, ascensão do Catolicismo sobre os povos que resistiram à expansão dos longos dedos de Roma.
Alguns poucos iluminados se questionam sobre esse novo movimento, de batas brancas tatuadas com cruzes vermelhas, e se ele atende ao objetivo principal.
A “cruzada política” como ínfimos chamam, foge do objetivo de retomar a cidade sagrada dos cristãos das mãos daqueles que não têm direito sobre ela.
Nos porões do Vaticano o pecado da Igreja voltava à sua reconstrução, a nova Inquisição se formando, com mais força, mais violência e... com as “bênçãos” d Deus.
Matar com alvará de seu inculto povo, necessitado de fé, era o que a Igreja queria. Bruxas, feiticeiros, demônios, eram todos aqueles que conseguiam perguntar os “porquês” de tudo.
A Luz é para todas, infelizmente, era apenas uma vaga utopia ainda muito distante. Dominar, manipular... é tão mais fácil quando, ao inculto, a Igreja é a única “luz” que eles possuem.
Porém, mentes inteligentes se erguem, aproveitando-se a distração do povo, para ascenderem como superiores e lançarem suas eternas raízes para manipularem mais que a Igreja ou serem precursores da “salvação” da humanidade.
Monstros que se ergueram dos túmulos, eternos para acompanharem a história, eternos para indicarem aos mortais imersos em sombras os Caminhos de Luz.

Pietro Galliard.